A verdade é que nunca fui uma fada do lar!
Gosto de algumas tarefas domésticas, mas se estas se prolongam no tempo rapidamente as acho enfadonhas e o que me apetece é ir passear, estar com pessoas.
À excepção de cozinhar - o salgados, saliente-se (!), porque com os doces tenho o paradigma de alterar/substituir os ingredientes para minimizar o dano que possam causar, ou seja, acabo por inventar novas receitas, que se têm traduzido em pouco sucesso - as outras tarefas acabam por se tornar numa rotineira obrigação semanal! Mas numa casa como a minha, em que dois irrequietos felinos passeiam, brincam largam pêlo, espalham areia, além das minhas longas horas de ausência diária, a desarrumação acaba por se acumular!
Mas chego à conclusão que esta é a minha natureza! Não sou a
toda arrumadinha, com os biblôs cuidadosamente inclinados (não tenho biblôs!), a cama impecavelmente feita, a louça sempre na máquina ou nos armários, não guardo sempre o calçado e, é verdade, espalho roupa entre o quarto e a sala. Sim! Vivo só com os felinos!
Quando procuro arrumar a casa por um tempo prolongado, numa tentativa de
me normalizar, de
me encaixar, algo corre menos bem... Acho que está tudo ,assim, bem arrumadinho, mas a verdade é que vou ficando cinzenta, menos inspirada, vejo mais televisão do que ouço música, não leio, não me desprevino...
Mas eis que a casa volta a desarrumar-se e está agora num pequeno alvoroço, mas a música toca alto, não faltam ideias para posts e mais posts, quero escrever sobre esta e aquela experiência, sobre o gato de olhos dourados - o Tobias, quero procurar imagens que descrevam o que sinto, quero estar mais tempo aqui na minha casa, tomar longos banhos na minha banheira, quero ler, retomar a rede de
Trocas e Baldrocas... e também manter as tarefas domésticas que me dão prazer, como cozinhar e, claro está, treinar a confecção de doces!