O meu fruto oleaginoso preferido é de grande simbolismo!
Na Idade Média, depois das privações da Quaresma, com a Páscoa retomavam-se os sabores da mesa. O longo jejum abria portas a refeições menos frugais, entre os humildes, e sem receio do pecado da gula aos mais abastados. Por esse razão, a Páscoa incorpora nas suas tradições muitos elementos gastronómicos, desde o cordeiro ao pão e ao vinho - o pão e o vinho que na tradição cristã são o corpo e o sangue de Jesus Cristo, a vida eterna. Também a amêndoa irrompe como um dos símbolos mais difundidos da Páscoa. Em muitas zonas do País, dar os receber as amêndoas tem o mesmo significado de dar ou receber o folar. E por que razão a amêndoa, amarga ou doce, conquistou tão grande poder simbólico entre os cristãos que festejam a Páscoa? Para muitas regiões a amêndoa é o símbolo do essencial, o que se esconde no acessório. Na tradição cristã, esse fruto simboliza Jesus Cristo. Ou seja, a natureza divina de Jesus está oculta pela sua natureza humana. A própria morfologia da amêndoa sugere essa analogia a sua casca dura esconde o fruto apetitoso. Nos seus sermões, Santo António diz que a doçura da amêndoa designa a divindade de Cristo; por sua vez, a casca amarga representa a carne que suportou a "amargura da Paixão". Sendo um símbolo do próprio Cristo, filho de Deus, a amêndoa depressa atingiu destaque nos rituais gastronómicos relacionados com a Páscoa. Por isso, não é de espantar os vários tipo de amêndoas que aparecem nesta quadra, desde a amêndoa torrada, à tradicional de baunilha, passando pela amêndoa de licor e de chocolate. O mesmo fruto aparece a decorar diversas iguarias do tempo pascal.
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